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Matéria GREMIO.net (Retrospectiva GRÊMIO 83)
'Quinta-feira, 28 de julho de 1983 - O sonho se torna realidade
Seis dias se passaram desde o grande empate com o Peñarol, em Montevidéu.Concentrados no próprio estádio Olímpico, os jogadores conviviam diariamente com a euforia dos torcedores. Foi assim durante toda a semana. Esta foi a principal preocupação do técnico Valdir Espinosa. A delegação do Peñarol desembarcou cedo em Porto Alegre. O grupo ficou concentrado no estádio Beira Rio. A chuva prejudicou os projetos dos uruguaios que tiveram que treinar no ginásio Gigantinho já que o gramado acabou não sendo liberado. Por meio da imprensa, Renato e Olivera trocaram ofensas e o clima de animosidade estava armado para a partida final. A torcida fez sua parte e acabou esgotando os ingressos. Fato bastante comemorado pela direção GREMISTA que apresentou um lucro de aproximadamente 200 milhões de cruzeiros. Como não poderia deixar de ser, o estádio Olímpico lotou muito cedo. No horário da partida, 21h30, ninguém mais saia e ninguém mais entrava. Em uma parceria com a Zero Hora, o GRÊMIO colocou dois placares eletrônicos atrás das goleiras. Eles pediam o apoio do torcedor. Mas nem precisava.
O GRÊMIO entrou em campo com a mesma equipe que disputou o primeiro jogo, no Uruguai. Também com o mesmo uniforme: camisa TRICOLOR, calções e meias brancas.A grande presença de jornalistas dentro do gramado acabou atrasando o início da partida. Quando o árbitro peruano, Edison Pérez, apitou o início o relógio apontava 21h50. O jogo começou duro e violento, como todos esperavam. A catimba uruguaia prevalecia sobre a tentativa GREMISTA de colocar a bola no chão. Não demorou para o Tricolor dar o troco. Sem se deixar intimidar, o time de Espinosa mostrou que também sabia ser viril. Com apenas 10 minutos de jogo, o GRÊMIO abriu o marcador: Renato cobrou escanteio da direita, no segundo pau. De León tentou de primeira, mas a bola acabou sendo rebatida para fora da área. Casemiro pegou o rebote e lançou Osvaldo entrando pela esquerda, atrás da zaga. O meia GREMISTA chutou cruzado. A bola passou na frente do gol tomando o caminho da linha de fundo. Antes disso, Caio entrou de carrinho e empurrou para o fundo das redes. GRÊMIO 1 a 0! Festa GREMISTA no Olímpico!
O gol abalou a equipe uruguaia que continuou batendo. O GRÊMIO, por sua vez, teve a oportunidade de ampliar aos 15 minutos: Paulo Roberto pegou uma sobra na entrada da área e soltou a bomba. O goleiro Fernandez fez grande defesa. A partida seguiu disputada. O campo embarrado devido á chuva da noite anterior dificultava as ações. O Peñarol até detinha a posse de bola, mas não conseguia levar perigo. O GRÊMIO teve mais uma chance aos 30: Tarciso entrou em diagonal, mas chutou fraco. O Peñarol ainda tentou no final com Olivera, mas o chute do zagueiro uruguaio saiu por cima.
Foi o último lance dos primeiros 45 minutos.
O time uruguaio voltou com mais atitude a passou a pressionar o GRÊMIO contra seu próprio campo. Renato tentava puxar os contra-ataques, mas não contava com a ajuda de Caio. Saralegui e Salazar eram os donos da meia-cancha. Colocaram a bola no chão e trataram de jogar futebol. Bem diferente do que haviam decidido fazer na primeira etapa. Apesar da superioridade dos visitantes, o GRÊMIO criou grande chance aos 11 minutos: Baidek pegou uma sobra na entrada da área e fez o passe para Osvaldo, entrando pela direita. Ele chutou forte, mas por sobre o gol. Aos 15 minutos, Caio sentiu o tornozelo e pediu para deixar o gramado. César entrou no lugar dele. Cinco minutos depois, o lance que deu origem ao gol de empate do Peñarol: Olivera sofreu falta dentro da meia-lua da grande área do GRÊMIO e deu início a uma grande confusão. O zagueiro uruguaio foi chutado por Osvaldo e retribuiu a agressão. Na cobrança da falta, Morena acertou a barreira. A bola sobrou na direita para Venâncio Ramos. Ele foi derrubado por Tarciso, ao lado da área. O mesmo Venâncio Ramos fez a cobrança no interior da área onde Morena apareceu para marcar de cabeça. Sem chance para Mazarópi. O Peñarol era melhor e conseguiu o empate. Festa dos milhares de torcedores uruguaios que lotaram boa parte das arquibancadas superiores do Olímpico.
O GRÊMIO sentiu o gol e o Peñarol cresceu na partida. Logo após o gol de empate, o time uruguaio quase marcou outra vez: Mazarópi fez a defesa nos pés de Morena. No rebote, De León salvou sobre a linha evitando o segundo gol uruguaio. A apreensão tomou conta do estádio Olímpico. O título parecia escapar entre os dedos. O empate levaria a decisão para um jogo extra em Buenos Aires, dia 02 de agosto. Ninguém queria isto. Ninguém previa isto. Com muita dificuldade para chegar ao ataque, o GRÊMIO buscava sempre a participação de Renato aberto pela direita. Aos 32 minutos, ao tentar um cruzamento para a área, ele conseguiu um arremesso lateral. Com pressa, cobrou para Tarciso que devolveu para Renato. Cercado, no fundo de campo, pela direita, não tinha muita opção. A primeira alternativa foi levantar a bola e cruzar na área em busca de um milagre. E o milagre se fez na figura de César.
O camisa 9, que recém havia entrado em campo, mergulhou de cabeça para marcar. Um testaço fulminante que venceu o goleiro Fernandez, que ainda tocou na bola. O gol foi um achado GREMISTA. Veio na hora certa. Na hora em que o GRÊMIO mais precisava. Nunca, em toda a história do TRICOLOR, o gol foi tão bem-vindo. A euforia tomou conta do torcedor. Difícil agüentar tamanho sofrimento. Os minutos que restaram foram um teste para o coração dos gremistas. Dentro de campo, praticamente não existiu mais futebol. Os jogadores GREMISTAS chutavam para onde o nariz apontava. Quando um jogador uruguaio pegava na bola, sempre aparecia um TRICOLOR para fazer a falta. Assim o tempo foi passando. Renato trocou socos com Venâncio Ramos e os dois acabaram expulsos. Quando o peruano Édison Pérez apitou o final de jogo, a tensão deu lugar à alegria e à festa.
Uma festa jamais vista no estádio Olímpico, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Além dos jogadores, Fábio Koff e Valdir Espinosa eram os mais festejados. Os torcedores tomaram as ruas da capital gaúcha. Uma grande festa foi organizada na avenida Érico Veríssimo, em frente ao prédio da Zero Hora. O sonho havia virado realidade. O GRÊMIO havia se transformado no maior Clube do Continente. Restava agora pensar no Mundial, em Tóquio, no final do ano. E foi isso o que aconteceu: após a festa, todas as atenções se voltaram para o Hamburgo, campeão europeu e adversário naquele que seria o maior jogo da história do Clube, em dezembro, no Japão. Um momento que nenhum GREMISTA jamais vai esquecer.'
GRÊMIO
CAMPEÃO DA LIBERTADORES DA AMÉRICA 1983
Ficha do Jogo:
GRÊMIO - 2 : Mazarópi, Paulo Roberto, Baidek, Hugo de León, Casemiro, China, Osvaldo, Tita, Renato Portaluppi, Caio (César) e Tarciso. Técnico: Valdir Espinosa.
Peñarol - 1 : Fernandez, Montelongo, Olivera, Gutierrez, Diogo, Bossio, Salazar, Saralegui, Silva (Peirano), Morena e Ramos. Técnico: Hugo Bagnulo.
Estádio Olímpico (Porto Alegre - RS)
Público Total: 73.093 torcedores - Renda: Cr$ 110.551.500
Gols: Caio, aos 10 minutos do 1° tempo, e César, aos 32 munutos do 2° tempo (GRÊMIO)
Cartões amarelos: Paulo Roberto, Tita e Renato Portaluppi (GRÊMIO), Oliveira, Saralégui e Morena (Peñarol).
Cartões vermelhos: Renato Portaluppi (GRÊMIO), Ramos (Peñarol).
Árbitro: Édison Pérez (PER).
Auxiliares: Enrique Labo (PER) e Carlos Montalvan (PER).
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