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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

GAUCHÃO 2010: GRÊMIO 2 x 1 Santa Cruz

Fotos: Jefferson Botega/ClicRBS
Já que não teríamos entrosamento, haja visto que titulares foram preservados para o GRE-nal de domingo, o técnico Silas deve ter pensado: "Vou ousar e surpreender." Formou a equipe em um 3-5-2, com a surpresa Joílson ocupando a ala-direita.

A noite era de testes contra o Santa Cruz. De observar as opções com quem Silas pode contar em qualquer eventualidade. Uma pena ser nos Plátanos, campo reduzido e gramado duro. Se não havia entrosamento, piorou com o curto espaço de jogo e a falta de bola no chão. Fora a marcação cerrada do time adversário.

E como "nada está tão ruim que não possa ficar pior", o Santa Cruz marcou aos 23 minutos com o atacante Evilásio. Cabe uma crítica ao posicionamento da zaga e ao estreante Maurício. A bola no alto é sempre do zagueiro, mas Maurício perdeu no corpo e o meia adversário escorou para o atacante marcar em um chute forte no canto de Victor.

O Grêmio não jogava mal até este momento. Borges tinha colocado uma bola caprichosa na trave e Jonas tinha errado o seu de costume, chutando a 'orelha' da bola. Mas bastou o gol do Santa Cruz, para que o filme do jogo contra o Veranópolis voltasse às nossas cabeças. No Olímpico foi a mesma coisa, levamos o gol e nos assustamos. O susto só não foi maior porque o meia William, do Santa Cruz, de frente para o gol e livre de marcação, chutou à esquerda de nosso goleiro.

> O placar desfavorável não fez bem à equipe. Passou a se precipitar e não demorou muito a se irritar. O cruzamento para a área, a trombada (e o cotovelo) do zagueiro em cima de Victor e o consequente xingamento do goleiro, seguida de confusão entre os jogadores só deixaram o jogo com mais cara de Gauchão. E era tudo o que a equipe Gremista não precisava.

> O árbitro não foi louco de dar cartão vermelho para Victor, não que houvesse motivo para isso. Mas vai saber o que passa pela cabeça desses juízes. Eu tive medo, já imaginou ficar sem o goleiro em um GRE-nal? O amarelo foi de bom tamanho.


Pós-confusão, Maylson e Jonas perderam boas chances. Alguém tem que colocar esses jogadores a chutar à gol após os treinamentos. Inadmissível profissionais chutarem de fora da área o que estão chutando.

Com o fim do 1º tempo, pensei em mudar o esquema novamente para o 4-4-2, retirando Joílson para colocar Mithyuê. Seria interessante ver Maylson e Mithyuê atuando juntos lado a lado. Mário Fernandes seria deslocado definitivamente para a direita. Era o meu desejo antes da partida.

Mas Silas preferiu manter os três zagueiros fincados, dar mais tempo para Joílson jogar e deixar a criação da equipe com Mithyuê solto na meia-cancha, ao entrar no lugar de Maylson com 10 minutos de etapa complementar. Fez bem o treinador.

A opção de trocar Maylson por Mithyuê, e não deixar os dois jogarem juntos, deixa claro que Silas queria permanecer no 3-5-2. Mas vai além disso. Maylson poderia muito bem jogar mais recuado, fechando com Ferdinando ou Fernando. Mas o técnico não quer utilizá-lo assim, quer ele armando e atacando. Com Silas, Maylson trocou de posição. Sendo assim, a opção por continuar com os dois volantes atrás de um meia - naquele momento Mithyuê.

Com a entrada de Lúcio logo em seguida no lugar do improdutivo Fábio Santos, a equipe encontrou seu rumo. Apesar de os times do Interior terem conhecimento profundo na arte de se fechar e se retrancar nos seus campos reduzidos (ou até mesmo no Olímpico, caso do Veranópolis), uma hora o fôlego despenca e o cansaço chega. Com o time no ataque, não escapando de alguns sustos nos contra-ataques do Santa Cruz (aquele Murilo incomodou o Rafael Marques, hein?), a pressão do Grêmio passou a surtir efeitos da metade para o fim do 2º tempo.

Me rendi ao Jonas. Definitivamente. Não importa que erre gols, muitas vezes de forma 'bisonha'. O atacante também marca, marcou seu quarto gol em quatro jogos. E um golaço. Aos 34 minutos, lateral cobrado por Joílson, zagueiro passa lotado ao levar um 'chapéu' e Jonas de canhota coloca no canto. Era o empate.

Aos 45 minutos, Joílson avança e dá um preciso passe para Borges proteger, avançar e fuzilar aquele 'goleirinho de botão'. Grêmio 2x1.

Não critico mais o Borges, por um simples motivo. Ele pode não tocar na bola o jogo inteiro, mas até agora quando ele toca é gol. Assim é centroavante, ele cumpre bem o papel: três gols no Gauchão.

Agora vamos ao GRE-nal, domingo, 19h30, Colosso da Lagoa, em Erechim. Volta dos titulares, com a certeza que no banco o Silas pode fazer algumas apostas interessantes no decorrer do jogo. O confronto com o Santa Cruz serviu para isso.

Não gostei do coletivo, até porque não havia entrosamento e o esquema foi recém-testado. Gostei das individualidades. Por isso coloco abaixo uma avaliação de destaques da noite. Na minha visão, é claro.

- Victor: o melhor goleiro do Brasil não precisava ter perdido o controle, por mais que o zagueiro adversário tenha sido imprudente na jogada ou maldoso mesmo. Perder a cabeça daquele jeito, antes de um Clássico, não pode Victor. Calma, tranquilidade e chá de camomila para ti até o domingo.
- Mário Fernandes: tem que se tornar titular na lateral-direita, porque ontem mesmo escalado para a zaga, fez questão de subir ao ataque e apoiar. E joga esse 'maluco'. Como joga. Titularíssimo, não importa onde.
- Joílson: ganhou a segunda chance, e aproveitou-a. Foi aplicado na sua função do início ao fim, mostrou empenho e vontade da mesma forma. Fez um 1º tempo mais tímido, mais preso, possivelmente pelo tempo fora de combate. Já no 2º tempo se soltou, fez dois bons cruzamentos quando apoiou. Mas ficou retido mais, para que Mário Fernandes pudesse avançar. Fez boa partida e tem utilidade em um grupo sem laterais-direito. Não é à toa que nos dois gols está o nome dele. No segundo gol em uma bela assistência para Borges.
- Lúcio: está voando e querendo a vaga no time titular. Entrou mais uma vez para provar que Fábio Santos não está em um bom momento ou não serve mesmo para a função. Deixa um 'buraco' na defesa quando sobe ao ataque? Sim, mas nada que um esquema de proteção não ajeite. Só Silas acha coerente manter Fábio Santos.
- Dupla Sertaneja: os volantes Ferdinando e Fernando foram bem na medida do possível. O primeiro fez boa partida na marcação, mas mostrou dificuldades para criar algo. Já o segundo se arriscou mais no campo ofensivo, principalmente na 1ª etapa. Mas foi mal na cobrança dos escanteios e das faltas.
- Maylson: é uma agradável opção no grupo. O jogador evoluiu muito após o Mundial Sub-20, se tornou um bom organizador de jogadas e não perdeu (ou aprimorou) o jeito de marcar e recuperar jogadas. Na visão de Silas, Maylson é ex-volante. Quer ele como meia.
- Mithyuê: é habilidoso o 'guri'. Há mais de um ano sem saber o que é futebol (chegou a entrar na última partida do Brasileirão passado contra o Flamengo, mas jogou dois minutos e olhe lá), teve cerca de meia hora para mostrar o seu potencial, que tem muito a crescer ainda. Tem drible curto e longo, encara a marcação e tem bom chute, apesar das infelicidades quando tentou ontem. Quero ver Mithyuê jogar mais de agora em diante. Viu, Silas?

Vamos Grêmio!


Ficha do Jogo - 4ª Rodada - Taça Fernando Carvalho - Gauchão 2010


Grêmio - 2 : Victor, Rafael Marques, Mário Fernandes, Mauricio, Joílson, Ferdinando, Fernando, Maylson (Mithyuê), Fábio Santos (Lúcio), Jonas (Fábio Rochemback) e Borges. Técnico: Silas.

Santa Cruz - 1 : Cássio, Simônio, Ronan (Vinícius), Glauber, Fabiano, Breno, Cleber Oliveira (Adilson), Éder Lazzari, Rigo, Evilásio (Murilo) e William Paulista. Técnico: Tonho Gil.

Estádio dos Plátanos (Santa Cruz do Sul - RS)

Público e Renda: não divulgados

Gols: Jonas, aos 34 minutos, e Borges, aos 45 minutos do 2º tempo (Grêmio), Evilásio, aos 23 minutos do 1º tempo (Pelotas).

Cartões Amarelos: Ferdinando, Victor e Fernando (Grêmio), Fabiano, Rigo, Breno, Cássio e William Paulista (Santa Cruz).

Árbitro: Jean Pierre Lima (RS).
Auxiliares: José Franco Filho (RS) e Carlos Selbach (RS).

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