Escrevo nesta segunda-feira de carnaval (apesar de estar publicado como no sábado) sobre o confronto Grêmio 2x1 São José de Porto Alegre ocorrido no sábado. Até porque no compasso dos tamborins, cuícas e agogôs não é necessário pressa. E creio que é o momento de deixar o futebol um pouco de lado e na tranquilidade de um baiano desopilar as ideias, recarregar as baterias e se preparar ao estresse do dia-a-dia.
Afinal, o ano começa agora.
Pois bem, no forte calor do sábado o Olímpico recebeu três mil 'malucos' que não tinham nada melhor para fazer em pleno feriadão de carnaval. E eu no meio desses 'loucos'.
Fotos: Tadeu Vilani/ClicRBS
> Não irei falar sobre as 'birrinhas' e 'mesquinharias' de um lado da imprensa contra o lado da arbitragem referentes ao horário da partida e ao forte calor. O termômetro, grande personagem do futebol gaúcho no sábado, teve seus quinze minutos de fama. Pena não ter aproveitado mais os holofotes. [A imprensa com seus termômetros avaliados pelo INMETRO - como frizavam os repórteres - dizia estar fazendo no Olímpico mais de 37°, enquanto na sombra da boca do túnel refrigerado da arbitragem os medidores de temperatura indicavam 32,5° a 33,5°. Quem está com a verdade? Um fato pitoresco digno do clima de carnaval.]
> Falar dos pós-jogos do Grêmio se tornou algo repetitivo. [Nossa defesa vai de mal a pior, saímos outra vez atrás no placar e 'por sorte' conseguimos a virada.] Passa a lembrar o ano passado, quando jogar fora-de-casa no Brasileirão se tornou sinônimo de fracasso e derrota. O fim dessa história conhecemos: ir à Libertadores só em 2011 e vaga à Sul-Americana de consolação. E a deste ano? Até quando dará certo falhar na defesa, sair atrás no placar e depois virar ele?
> No começo de 2010, já são nove jogos disputados. Nos oito jogados pelo Gauchão, em apenas um saímos na frente do placar. Foi contra o lanterna da Chave 2, o Universidade. Aliás, único placar elástico - foi 5x1. Nos outros sete jogos foram dois empates em 1x1, duas vitórias por 2x1 e outras duas por 3x2. Houve ainda a derrota para o Internacional por 1x0. Em todos os jogos do ano, contando contra o Araguaia pela Copa do Brasil, tomamos gols. São 20 gols marcados, 11 gols sofridos.
> Não sei o que há com nossa defesa. Não darei uma de treinador, pois não sou. O que vejo é muito superficial. Quando não está com a bola, o Grêmio não parece marcar, parece assistir o adversário. Ninguém se antecipa, dá um bote, um desarme sequer. O gol do São José-POA escancarou isso: bola de pé em pé e os defensores Gremistas pareciam uns 'bobos' a olhar. O difícil é inocentar alguém.
- Mário Fernandes parece cansado, sem forças para marcar ou apoiar.
- Rafael Marques parece sentir o peso de ser o mais experiente e de quem teria que acertar a posição da defesa.
- Maurício começou bem desde a sua estreia, mas de uns jogos para cá passou a mostrar insegurança.
> Para o técnico Silas falta a experiência e a liderança para nossa defesa. Na entrevista pós-jogo ele disse acreditar que o zagueiro Rodrigo, que será apresentado na quarta-feira, é a primeira solução. Ele espera outros reforços em breve.
> O meio-campo, dizem, é um dos culpados pela má fase da defesa. Creditam aos meias-armadores a falta de marcação e a consequente perda de domínio na meia-cancha. O time adversário estaria sempre com um jogador a mais na hora de atacar, enquanto o Grêmio sempre com dois jogadores a menos para se defender. Se falta mesmo o comprometimento de Douglas e Mithyuê (no caso do jogo do sábado), isso é questão fácil de se corrigir. Mas não é somente isso, e aí está o problema. Há erros individuais e coletivos.
> Há poucos jogadores que podem ter o luxo de não ouvir críticas. Victor, por suas defesas, e talvez Borges, por seus nove gols em nove jogos. No sábado, Fernando foi coberto de elogios. Muito em razão de sua juventude e vitalidade, comprovadas em sua força, empenho e vontade em toda a jogada que vai. E ainda mostra o atrevimento (no bom sentido) de pegar a bola, colocar debaixo do braço e cobrar escanteios e faltas. Mas aí está uma crítica, talvez não seja hora de ele acumular estas obrigações em campo. Se nos juniores, e eu já vi de perto, ele era o (bom) cobrador oficial, com mais paciência ele passará a fazer o mesmo nos profissionais. Sem pressa, ele chega lá. [Por falar em volante, Willian Magrão entrou na 2ª etapa e mostrou que aos poucos pode novamente ser muito útil ao Grêmio. O principal: está com vontade de jogar. Willian Magrão não é do tipo que cadencia o jogo, é o volante da explosão, da velocidade. Algo que falta ao Tricolor, o homem-surpresa que vem de trás. Sem Réver, que foi para Europa, não há ninguém dessa característica. Acho que Willian Magrão passa a ganhar lugar nesta equipe em pouco tempo.]
> Do meio para frente a equipe jogou bem no início, mas levou o gol e sentiu mais uma vez a incômoda obrigação da virada - os erros passaram a acontecer. A lentidão de Douglas para enxergar o jogo, os erros de condução de bola e passe de Mithyuê e a total falta de noção de Jonas em suas jogadas davam a clara impressão que a equipe teria que se acertar para a 2ª etapa.
> A retirada de Jonas para a estreia de William não contribuíram para o resultado que viria depois, foi talvez um recado ao atacante 'renova ou não renova' para se olhar no espelho e ver que não merece toda a grana que deseja ganhar. Segundo o desconfiável Wianey Carlet, Jonas teria proposto R$ 2 milhões em luvas mais salário mensal de R$ 240 mil. Hoje o atacante ganha ótimos R$ 80 mil mensais. O assessor de futebol Alberto Guerra descartou 'não descartando' os valores propostos pelo jogador à direção.
> Por falar no Wianey, indo rumo ao estádio ouvindo a Gaúcha comprovo o despreparo de certos profissionais da imprensa. Em dado momento, o repórter de campo deu a escalação do Grêmio para a partida. O caro comentarista ouviu atentamente e logo após, comentou em cima cometendo um erro fatal. Passa a criticar o técnico Silas por não ter escalado Maylson, até ser interrompido pelo repórter: "Maylson está suspenso". Constrangido por não saber que o jogador estava fora da partida pelo terceiro cartão amarelo, ele continua sua 'conversa fiada'.
> Os que o vaiaram em certos momentos da 1ª etapa e já pegavam no pé do jovem Mithyuê na etapa complementar, passaram a gritar o seu nome após o golaço de fora da área empatando a partida. Com raiva e um forte chute, marcou seu primeiro gol como profissional.
> O gol da vitória veio de Fábio Santos. O jogador entrou no lugar de Lúcio com vontade. Fez boas jogadas de apoio, buscando em muitas delas a linha de fundo. Melhorou tanto nesse aspecto, que até gol marcou. Boa troca de passes, quase mais um gol de Borges e na sobra o lateral-esquerdo colocou a bola no fundo das redes.
> Um fato que se repete este ano no Grêmio e na carreira do jogador Lúcio. Um fato a se lamentar, mas que é do futebol. Voltando a jogar o seu bom futebol de tempos atrás, Lúcio não deu sorte e rompeu dois ligamentos do joelho esquerdo. É uma grande perda para um modelo de time que se desenhava na cabeça dos torcedores, com um rápido e ousado Lúcio atacando pela esquerda. Fará falta, assim como Souza. Resta saber se foi sua última partida pelo Grêmio (seu contrato de empréstimo com o clube se encerra no final de junho) ou se a direção renovará o seu contrato junto ao Hertha Berlim (ALE) mesmo com Lúcio lesionado. Força Lúcio!
Começa agora o mata-mata de jogo único no Gauchão. Na próxima quarta-feira, o Grêmio enfrenta o Veranópolis no Olímpico, às 21h50, pelas quartas-de-final. O detalhe curioso desse confronto é o fato do adversário ter tido melhor campanha - mesmo número de pontos, mas melhor saldo de gols - do que o Tricolor, mas ter sido 4° colocado na Chave 2. A diferença entre os dois grupos da competição é tamanha que o lanterna da Chave 2 tem sete pontos, enquanto o último classificado da Chave 1 tem 6. Vejam na tabela.
Afinal, o ano começa agora.
Pois bem, no forte calor do sábado o Olímpico recebeu três mil 'malucos' que não tinham nada melhor para fazer em pleno feriadão de carnaval. E eu no meio desses 'loucos'.
Fotos: Tadeu Vilani/ClicRBS

> Falar dos pós-jogos do Grêmio se tornou algo repetitivo. [Nossa defesa vai de mal a pior, saímos outra vez atrás no placar e 'por sorte' conseguimos a virada.] Passa a lembrar o ano passado, quando jogar fora-de-casa no Brasileirão se tornou sinônimo de fracasso e derrota. O fim dessa história conhecemos: ir à Libertadores só em 2011 e vaga à Sul-Americana de consolação. E a deste ano? Até quando dará certo falhar na defesa, sair atrás no placar e depois virar ele?
> No começo de 2010, já são nove jogos disputados. Nos oito jogados pelo Gauchão, em apenas um saímos na frente do placar. Foi contra o lanterna da Chave 2, o Universidade. Aliás, único placar elástico - foi 5x1. Nos outros sete jogos foram dois empates em 1x1, duas vitórias por 2x1 e outras duas por 3x2. Houve ainda a derrota para o Internacional por 1x0. Em todos os jogos do ano, contando contra o Araguaia pela Copa do Brasil, tomamos gols. São 20 gols marcados, 11 gols sofridos.
> Não sei o que há com nossa defesa. Não darei uma de treinador, pois não sou. O que vejo é muito superficial. Quando não está com a bola, o Grêmio não parece marcar, parece assistir o adversário. Ninguém se antecipa, dá um bote, um desarme sequer. O gol do São José-POA escancarou isso: bola de pé em pé e os defensores Gremistas pareciam uns 'bobos' a olhar. O difícil é inocentar alguém.
- Mário Fernandes parece cansado, sem forças para marcar ou apoiar.
- Rafael Marques parece sentir o peso de ser o mais experiente e de quem teria que acertar a posição da defesa.
- Maurício começou bem desde a sua estreia, mas de uns jogos para cá passou a mostrar insegurança.
> Para o técnico Silas falta a experiência e a liderança para nossa defesa. Na entrevista pós-jogo ele disse acreditar que o zagueiro Rodrigo, que será apresentado na quarta-feira, é a primeira solução. Ele espera outros reforços em breve.
> O meio-campo, dizem, é um dos culpados pela má fase da defesa. Creditam aos meias-armadores a falta de marcação e a consequente perda de domínio na meia-cancha. O time adversário estaria sempre com um jogador a mais na hora de atacar, enquanto o Grêmio sempre com dois jogadores a menos para se defender. Se falta mesmo o comprometimento de Douglas e Mithyuê (no caso do jogo do sábado), isso é questão fácil de se corrigir. Mas não é somente isso, e aí está o problema. Há erros individuais e coletivos.

> Do meio para frente a equipe jogou bem no início, mas levou o gol e sentiu mais uma vez a incômoda obrigação da virada - os erros passaram a acontecer. A lentidão de Douglas para enxergar o jogo, os erros de condução de bola e passe de Mithyuê e a total falta de noção de Jonas em suas jogadas davam a clara impressão que a equipe teria que se acertar para a 2ª etapa.
> A retirada de Jonas para a estreia de William não contribuíram para o resultado que viria depois, foi talvez um recado ao atacante 'renova ou não renova' para se olhar no espelho e ver que não merece toda a grana que deseja ganhar. Segundo o desconfiável Wianey Carlet, Jonas teria proposto R$ 2 milhões em luvas mais salário mensal de R$ 240 mil. Hoje o atacante ganha ótimos R$ 80 mil mensais. O assessor de futebol Alberto Guerra descartou 'não descartando' os valores propostos pelo jogador à direção.

> Os que o vaiaram em certos momentos da 1ª etapa e já pegavam no pé do jovem Mithyuê na etapa complementar, passaram a gritar o seu nome após o golaço de fora da área empatando a partida. Com raiva e um forte chute, marcou seu primeiro gol como profissional.
> O gol da vitória veio de Fábio Santos. O jogador entrou no lugar de Lúcio com vontade. Fez boas jogadas de apoio, buscando em muitas delas a linha de fundo. Melhorou tanto nesse aspecto, que até gol marcou. Boa troca de passes, quase mais um gol de Borges e na sobra o lateral-esquerdo colocou a bola no fundo das redes.

Começa agora o mata-mata de jogo único no Gauchão. Na próxima quarta-feira, o Grêmio enfrenta o Veranópolis no Olímpico, às 21h50, pelas quartas-de-final. O detalhe curioso desse confronto é o fato do adversário ter tido melhor campanha - mesmo número de pontos, mas melhor saldo de gols - do que o Tricolor, mas ter sido 4° colocado na Chave 2. A diferença entre os dois grupos da competição é tamanha que o lanterna da Chave 2 tem sete pontos, enquanto o último classificado da Chave 1 tem 6. Vejam na tabela.
Vamos Grêmio!
Ficha do Jogo – 8ª Rodada – Taça Fernando Carvalho – Gauchão 2010
Grêmio - 2 : Victor, Mário Fernandes, Maurício, Rafael Marques, Lúcio (Fábio Santos), Fernando (Willian Magrão), Fábio Rochemback, Mithyuê, Douglas, Jonas (William) e Borges. Técnico: Silas.
São José de Porto Alegre - 1 : Rafael, Alexandre, Gustavo, Cauê, Juca, Jonas, Pedro Carmona (Douglas), Dadá, Jefferson (Xavier), Beá e Rangel (Cassiano). Técnico: Argel.
Estádio Olímpico Monumental (Porto Alegre – RS)
Público Pagante: 3.332 – Público Total: 3.805 torcedores – Renda: R$ 55.735,00
Gols: Mithyuê, aos 9 minutos, e Fábio Santos, aos 15 minutos do 2° tempo (Grêmio), Juca, aos 13 minutos do 1° tempo (São José-POA).
Cartões Amarelos: Mário Fernandes (Grêmio), Jonas (São José-POA).
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS).
Auxiliares: Edemar Palmeira (RS) e Jorge Luiz Cardoso da Silva (RS).
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