UM CENTENÁRIO DE CLÁSSICOS. QUE VENHAM MAIS 100 ANOS!

Foto: Júlio Cordeiro com Arte de Gonza Rodriguez

No dia 18 de julho de 1909, o GRÊMIO vencia o primeiro confronto contra o Internacional por 10 x 0, na Baixada do Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Naquela tarde de domingo nascia uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Ainda não era chamado de GRE-nal. Essa denominação para o Clássico dos Gaúchos só viria em 1926. Nas mesas do Café Colombo da Rua da Praia, o jornalista e GREMISTA Ivo dos Santos Martins entre rabiscos em um papel (imagem acima) chegaria ao nome de GRE-nal. A expresssão demorou a ser usada nos jornais da cidade, mas desde 1926 se popularizou. De 1933 em diante, até os dias de hoje, o GRE-nal virou uma marca. Uma marca reconhecida por todos no mundo futebolístico. Saiba mais sobre a origem da expressão GRE-nal no Blog Bola Dividida, do jornalista Mário Marcos de Souza e equipe do Esporte da Zero Hora.

Um povo forte, aguerrido e bravo. E também pluralista em ideias, segmentado em escolhas e dividido por paixões. Ao longo de sua história, o Rio Grande do Sul se dividiu em dois lados distintos por diversas circunstâncias. Já fomos farroupilhas de um lado, e por pior que seja alguns foram imperiais. Em outras revoluções fomos chimangos ou maragatos, e hoje somos petistas ou anti-petistas. Meio termo não há entre os gaúchos. Aqui você é uma coisa ou é outra. Saindo do âmbito da política, temos o exemplo da rivalidade Coca e Pepsi. Enquanto nos outros estados brasileiros a marca de refrigerante Coca-Cola sempre foi a mais vendida, no Rio Grande do Sul a Pepsi-Cola era a campeã de vendas. Hoje em dia há quem prefira a Coca, assim como existem apreciadores da Pepsi. São ideologias ou gostos, normal que hajam escolhas diferentes por um e por outro. Mas convenhamos, no Rio Grande do Sul se rivaliza tudo que é possível um pouco além da média. E é claro que o futebol não foge dessa tendência. Sendo assim nasceu o GRÊMIO FOOT-BALL PORTO ALEGRENSE em 1903, e esperou até 1909 para que fosse fundado o Sport Club Internacional. Em 18 de julho de 1909 foi marcado o primeiro embate entre os dois. O GRÊMIO foi impiedoso logo de cara. Deu uma grande lição ao jovem Internacional de dez gols a zero (10 x 0), gols de Booth (5 vezes), Grünewald (4 vezes) e Moreira, na Baixada do Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Quem mandou "eles" serem tão pretenciosos? E isso era só começo. O começo de uma grande rivalidade, que quando é tratada dentro de campo e de forma saudável vale a pena. Até porque: GRE-nal é GRE-nal!

Neste domingo (conhecido também como amanhã), 19 de julho de 2009, um dia após o Centenário do Clássico, se realizará no Olímpico Monumental o GRE-nal 377, às 16h. Mais uma vez os AZUIS de um lado, os vermelhos de outro. Nós GREMISTAS seremos a maioria, assim como somos no Estado. O jogo é pelo Campeonato Brasileiro 2009, válido pela 12ª Rodada. Mas se tratando desse Clássico, o de amanhã será um campeonato dentro do outro. Quem vencer, dará volta olímpica e tudo. Não literalmente, mas é como se fosse. Pois ganhará da imprensa elogios, arrecadará mais uns tantos sócios e terá 3 pontos a mais na tabela. Já quem perder, terá um clima seguinte ao do jogo de terra arrasada, onde tudo terá que ser revisto por pressão da imprensa e pelos torcedores corneteiros de plantão. E se empatar? Aí, convenhamos, o GRÊMIO sai perdendo, está atrás na tabela e jogava em casa.

Por falar em GRÊMIO, o time de Autuori terá carregada nas costas a marca de três GRE-nais perdidos somente nesse ano em três disputados. Portanto, 0% de aproveitamento. Uma vergonha da época de Roth, herança que ele deixou. A tática não é mais o capenga 3-5-2, agora é o 4-4-2. Ele vem dando resultado, pelo menos em casa vem. Nos últimos dois jogos na Azenha, duas vitórias sem contestações: 4 x 1 no Atlético Paranaense e 3 x 0 no Corinthians. Sem mistério, o técnico GREMISTA já anunciou o ataque. Contra o Internacional, vai os gringos Herrera e Maxi. Certeza de muita disposição, entrega e raça no ataque TRICOLOR. Já gols eu não posso garantir, mas torço muito por isso. O time tem uma dúvida: Joílson ou Makelele? Mas que dúvida cruel, não vou conseguir dormir com essa dúvida. De certeza além do ataque argentino, temos Victor no gol, a zaga com Réver e Rafael Marques, na lateral esquerda Fábio Santos, no meio campo os volantes Túlio e Adílson (não treinou na sexta e no sábado, mas deve jogar) e os meias Tcheco e Souza.

Portanto, prepara-se, será um domingo de muita festa no Rio Grande do Sul. Pelo menos até o início do GRE-nal 377, pois depois que a bola rola o nervosismo toma conta e a festa dá lugar à aflição. Espero que ao final da partida, sejamos nós AZUIS os que festejam, enquanto os vermelhos lamentam. O time não é o mesmo de 100 anos atrás, com Brochado, Moreira, Booth, Schröder, Grünewald, Carls, Black, Mostardeiro, Deppermann, Becker e Kalifels. Aliás, em nenhum dos lados. Portanto, fica difícil imaginar e exigir um placar à altura dos 10 x 0 daquele primeiro Clássico. Seguindo este raciocínio, o que nós GREMISTAS queremos amanhã é uma vitória, seja de 1 x 0 ou mais. Uma vitória, e já está de bom tamanho para mim. Até porque eu não estou a fim de sair da Azenha, na qual estarei amanhã nas arquibancadas do Monumental testemunhando mais essa página da história dos GRE-nais, engolindo uma derrota ou empate. Ah, isso não mesmo. Vamos GRÊMIO, para cima "deles"!

> Curtinhas

- O atacante Gérman Herrera está de aniversário amanhã, 19 de julho. O jogador completará 26 anos de idade justamente quando volta a ser titular e está confirmado no ataque GREMISTA junto com seu compatriota Maxi López. Ele quer a vitória no GRE-nal de presente, nós queremos que a vitória venha com gols marcados por ele. Dá-lhe Herrera!

- Encartado juntamente no jornal Zero Hora deste sábado, a revista especial "100 ANOS DE GRE-nal" traz depoimentos de 45 profissionais do Grupo RBS a respeito do seu GRE-nal inesquecível. Selecionei três por diferentes razões.

"Meu GRE-nal inesquecível ocorreu no Natal de 1961, nos Eucaliptos, vencido pelo GRÊMIO por 3 a 2. Quando terminou, entrei no campo vestido de Papai-Noel AZUL. Tinha 22 anos" - disse Paulo Sant'Ana. No ano passado, dia 24 de dezembro, o jornalista Cristiano Zanella publicou um texto sobre esse tal Papai-Noel AZUL lá no Blog Sob a Benção da Imortalidade (Final Sports). Clique aqui e confira!

"É um GRE-nal do longínquo ano de 1944. O Inter tinha o poderoso Rolo Compressor. O GRÊMIO? Caía aos pedaços. Naquele Clássico, o Inter fez 3 x 0 no primeiro tempo. No segundo, empurrado pelo argentino Ramón Castro, o GRÊMIO fez 4 a 3. Uma virada histórica" - disse David Coimbra. Já ouvi falar que ele é GREMISTA, agora passo a entender um pouco o porquê.

"Eu teria vários. Entretanto, o que jamais esquecerei, e cujas imagens permanecerão na minha lembrança, foi o GRE-nal dos banheiros químicos. Foi a demonstração de quanto o ser humano pode se transformar em um animal selvagem" - disse Wianey Carlet. Coloquei esse depoimento pelo seguinte fato: como alguém pode ser infeliz ao tentar ser politicamente correto. Estamos diante de uma festa, de muita comemoração, afinal são 100 anos de Clássico GRE-nal, aí vem o tal Wianey lembrar entre tantos GRE-nais inesquecíveis, importantes, de histórias épicas, a p*%#a de um GRE-nal que deveria justamente ser esquecido para todo o sempre. Olha só, é lamentável. Vai ser infeliz lá longe Seu Wianey Carlet!

- O escritor e GREMISTÃO Eduardo Bueno revelou ao LanceNet o seu GRE-nal inesquecível. Clique aqui e confira!