É difícil aceitar a derrota. A vida segue, mas as mágoas e decepções marcam, inquietam e são difíceis de engolir. O sentimento do GREMISTA ontem à noite, ao ligar o televisor pelas dez horas, assistir Galvão Bueno narrar Cruzeiro e Estudiantes pela final da Copa Libertadores da América, foi de que algo estava fora do lugar, algo no ar conspirava contra a realidade, algo estava errado. Era só sentimento mesmo. A realidade, nua e crua, estava diante de nosso olhos. Que m*#%a!
Planejamos em nossas cabeças, no imaginário, detalhe por detalhe, o que faríamos na hora de gritar "É TRICAMPEÃO!". Isso há bastante tempo! Desde 2007, acho. Já havíamos agendado para ontem à noite nossa ida para o Monumental, ou a um bar, ou mesmo ficando em casa, tudo para torcer pelo IMORTAL TRICOLOR na batalha pela Copa, a nossa obsessão. A nossa imaginação era tanta que a festa na Goethe era coisa já certa, madrugada a dentro, felizes da vida, não importando com o dia de hoje. O trabalho, o estudo ou qualquer outro compromisso não importaria, o GRÊMIO seria TRICAMPEÃO DA AMÉRICA. Algo que não acontece todo dia, mas que já passou da hora de acontecer mais uma vez. Tínhamos tudo armado, estipulado, a festa seria linda, algo jamais visto por essas bandas. Seria um total descontrole. Mas não deu, como sabemos no dia 2 de julho fomos eliminados pelo Cruzeiro, naquele empate de 2 x 2 no Monumental (o primeiro jogo foi 3 x 1 para os mineiros), com toda aquela triste confusão do lado de fora entre torcedores com ingressos na mão e a Brigada Militar, enquanto a direção fazia de conta que nada estava acontecendo. Afinal, o foco era o jogo, dane-se a torcida. Mas tudo bem, passado é passado. Não retomemos assuntos que não convém no momento.
Acordamos hoje pela manhã como acordamos ontem, antes de ontem, como qualquer dia normal de trabalho, estudo ou qualquer outro compromisso que alguém aí deve ter tido no dia de hoje. Infelizmente, como eu já disse, ontem à noite assistimos o Estudiantes de La Plata vencer o Cruzeiro em pleno Mineirão por 2 x 1, levantando a Copa Libertadores pelas maõs de Juan Sebastián Verón. E que vitória dos "hermanos", que gana em vencer, que garra demonstrada pelo Estudiantes. Mais uma lição a quem ainda não entendeu o que é Libertadores. Competição que se ganha com o coração, onde raça é 70% do caminho ao Caneco, e qualidade (bom futebol) é 30% ou menos. Parabéns aos guerreiros do Estudiantes em campo e fora dele! Aqueles 3 mil "pinchas" cantaram o tempo todo, só se ouvia eles naquele Mineirão lotado de calados cruzeirenses. Que decepção torcida celeste, somente dois minutos de festa (após o gol lógico) com um sem graça "AÊ, AÊ, AÊ, ÊÊÊÊÊ, ÔÔÔÔÔÔÔÔ...". Lamentável!
"...TORCIDA É CORAÇÃO, QUEM NÃO CANTA É AMARGO, NUNCA VAI SAIR CAMPEÃO..."
> Curtinhas
- Dá-lhe Schiavi! O ex-GREMISTA "vingou" o GRÊMIO ganhando do Cruzeiro. O mesmo vale para o técnico Sabella, também ex-jogador TRICOLOR no final da década de 80.
- Por falar em Sabella, o técnico Campeão da América pelo Estudiantes de La Plata nunca havia sido treinador de outra equipe. Começou bem ele, pois em dois meses à frente do time argentino fez 11 partidas, não perdeu nenhuma. Acabou invicto e levantando a Taça!
- A 50ª Edição da Copa Libertadores da América acabou em boas mãos. Um time de tradição e alma copeira, o Estudiantes de La Plata chega ao seu Tetracampeonato em 2009. Já havia ganho em 1968, 1969 e 1970.
- E pensar que o Cruzeiro nos tirou da Copa para fazer isso depois. Fala sério!
- Confira os gols da final da Copa Libertadores no vídeo abaixo.
Soy Loco por TRI América. E continuamos loucos por isso, agora mirando 2010. Mas o que aconteceu de errado esse ano?
> DE QUEM FOI A CULPA? Encontrar culpados no futebol sempre foi fácil. Encontramos primeiramente na equipe de jogadores, logo depois vem o técnico e chegamos à direção. A ordem pode ser diferente dependendo da ocasião do fracasso. Se o técnico é um tipo Celso Roth da vida, a culpa é debitada somente na conta dele. Se na direção houver alguém chamado Obino, não adianta nem justificar site, ônibus ou o raio que o parta, o sujeito Obino é o culpado, pt. saudação!
Torcida é isenta de qualquer responsabilidade por qualquer resultado. Pelo menos no Olímpico é assim. Lá a torcida canta, apoia e não para nunca. Debitar na conta dela alguma culpa seria um sacrilégio. Mas bem que a Brigada Militar e a atual direção lutaram por isso.
A Libertadores 2009 foi priorizada nas bandas da Azenha. Desde o ano passado, com a direção nova assumindo, Kroeff nos seus discursos e Krieger nas suas coletivas à imprensa, o papo era um só: ganhar ou ganhar a Copa. As contratações foram feitas. Para o ataque, nosso maior problema, vieram Alex Mineiro, Maxi López e Herrera, sem contar Jonas reintegrado ao clube. Vieram zagueiros, alas. Se manteve a base de 2008: Victor, Leo, Réver, Tcheco e Souza. O sonho do TRI da América iria começar. Havia um problema: Celso Roth ainda era o técnico.
Culpa n° 1 > Direção: manutenção de Celso Roth.
Começa a Libertadores, em meio a um Gauchão jogado às traças pelo então técnico. Mal sabia ele que justamente as traças da competição regional o devorariam. Um empate com o Universidad de Chile em casa na estreia (mostrando bom futebol), vitórias sobre o Boyacá Chicó (com erros incríveis de gols) e Aurora (jogando mal, ganhando no frango do goleiro adversário), ambas fora de casa. Roth sobrevivia com uma das melhores campanhas da Libertadores. Entretanto, no Gauchão já havia perdido dois GRE-nais. Antes de mais um jogo pela Libertadores, terceiro GRE-nal do ano e terceira derrota por 2 x 1. Cai Celso Roth. Após meses ignorando o pedido da torcida, enfim a direção demite o técnico "retranqueiro". Mas continua a ignorar os pedidos da torcida e de Fábio Koff. Todos queriam Renato Portaluppi, a direção só para contrariar, não queria.
Culpa n° 2 > Direção: não quis contratar Renato Portaluppi.
O Ídolo GREMISTA Renato seria não só a melhor opção a curto prazo pela qualidade já demonstrada como treinador, como seria o convite da direção à torcida para que fosse feita uma aliança forte em prol da Conquista do TRI da América. Mas a direção não queria isso. O interino Marcelo Rospide assume, classifica a equipe em 1° lugar na classificação geral da competição e depois elimina o Universidad San Martín nas oitavas. Foi um mês sem técnico de carteirinha. O planejamento já tinha sido rasgado, o TRICOLOR jogava pela superioridade técnica e pela tradição de sua camisa. No fundo, todos sabíamos, sentíamos que a coisa não estava tão fácil. É contratado Paulo Autuori, após longa novela.
Culpa n° 3 > Direção: demorou um mês para contratar o técnico. A equipe GREMISTA ficou sem planejamento, com futuro incerto.
O técnico Paulo Autuori é apresentado. Ele chega sabendo que o seu trabalho tático e técnico não será o prioritário, será de pouca serventia. O importante é dar uma nova cara à equipe, mas sem mudar nenhuma peça. Seu trabalho é motivar a equipe. Vem o Caracas e os problemas aparecem. Foram dois empates, garantindo a classificação por gol qualificado (marcado fora de casa) às semifinais. É a hora da verdade! O Cruzeiro é o adversário, o primeiro jogo é no Mineirão. Derrota por 3 x 1, o TRI fica distante. Porém, o gol de Souza anima a torcida TRICOLOR. Um placar de 2 x 0 não é impossível, ainda mais sendo no Monumental. Chega 2 de julho, uma quinta-feira, confusão fora do estádio e lamentos dentro de campo e nas arquibancadas. O GRÊMIO perdia por 2 x 0 no 1° tempo. O sonho acabou, ou foi adiado. Conseguimos o empate em 2 x 2, a equipe mostrou dignidade e indignação para com o torcedor. A torcida dá espetáculo, canta sem parar. Até mesmo quando o jogo acaba, ela está lá cantando que "...sou TRICOLOR, sempre TRICOLOR, te amo na boa e na ruim" ou que "... sou do GRÊMIO, um sentimento que me faz amar".
Culpa n° 4 > Direção: pelos erros anteriores. Jogadores: faltou competência em ambos os jogos, principalmente no ataque. Técnico: muitos reclamaram da passividade à beira do campo de Paulo Autuori. Não sei se esta passividade influi em culpa ou não, mas será que ela motiva o jogador?
Pois é amigos, tirem suas próprias conclusões acerca do que eu falei. Desprezei qualquer análise tática e técnica das partidas, pois meu foco foi mais em cima dos bastidores, nas declarações e reações no dia a dia do clube durante esse ano em meio à competição. Algo bem superficial, nada contundente ou com aspecto de "dono da verdade".
E eras isso. Não sei de quem foi a culpa, mas quero saber quem vai ter os méritos pelo retorno do GRÊMIO à Copa e o recomeço do sonho do TRI da América. É uma obsessão que nasceu em 1983, cresceu em 1995 e esperamos que em breve chegue a uma etapa a mais. VAMOS TRICOLOR, QUEREMOS A COPA!
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