GAUCHÃO 2009: GRÊMIO 0 x 4 Caxias

Fotos: Daniela Xu

Jogando mais uma vez com a equipe reserva, o GRÊMIO teve uma atuação apagada, foi goleado por 4 x 0 pelo Caxias e acabou por se classificar na 4ª posição do Grupo 2. Com este resultado antecipou o GRE-nal que era previsto somente para a Final da Taça Fábio Koff para este domingo, válido pelas Quartas-de-Final. O jogo será às 17 horas na Beira do Lago, em Porto Alegre. E não adianta pensar que irão conseguir outra data, que não vão. Entrem em campo e busquem honrar o GRÊMIO!

A zaga falhou, o meio de campo não criou e o ataque não fez gol, o TRICOLOR de hoje à tarde foi facilmente derrotado pelo time caxiense sem esboçar qualquer reação. O jovem Douglas Costa, envolvido em polêmica criada pela imprensa com Celso Roth, não jogou bem e acabou lesionado e substituído no intervalo da partida. Que alívio, hein Roth?

A tarde no Centenário não foi de Douglas Costa, foi de Marcos Denner. O atacante do Caxias fez dois gols, sendo que o segundo foi o último da goleada imposta contra o GRÊMIO. É incrível como num momento se está tudo tranquilo e de uma hora para outra tudo está novamente sob pressão na Azenha. Torçamos para que neste domingo o GRÊMIO vença e a PAZ reine novamente pelas bandas do Monumental!

O GRÊMIO fez fiasco em Caxias do Sul. Mais um fiasco que entra na lista de derrotas acachapantes sofridas pelo TRICOLOR nos enfrentamentos contra o Caxias, no Estádio Centenário. Nos últimos dez anos foram três sonoros bailes dos caxienses sobre os GREMISTAS. O primeiro que vem à lembrança é o da Final do Gauchão de 2000, quando na primeira partida decisiva o TRICOLOR sofreu um passível 3 x 0, resultado que combinado como 0 x 0 no Estádio Olímpico dias depois, fez com que a equipe GREMISTA amargasse o Vice-Campeonato Estadual. Depois disso, algo em torno de 6 anos, veio mais um 3 x 0 do Caxias sobre o GRÊMIO na Semifinal do Gauchão 2007. Menos mal que o TRICOLOR se recuperaria com um milagroso 4 x 0, se classificando para as finais. Venceria o Juventude na decisão se sagrando Bicampeão Gaúcho naquele ano. Hoje veio o terceiro resultado negativo. O maior vexame. Um 4 x 0 que tirou o GRÊMIO da LIDERANÇA do Grupo 2 para o 4° lugar, se classificando na rabeira para pegar na próxima fase o Internacional. Não que eu tenha medo dos "vermelhinhos", longe disso, mas é que agora o "fabuloso" planejamento da comissão técnica (aprovado pela direção) ruiu, e nenhuma das partes sabe o que realmente deve fazer a partir de agora. Perguntas do momento: jogaremos no domingo o GRE-nal das Quartas-de-Final do Gauchão? Se jogarmos, será com titulares? O que é mais importante: ganhar o GRE-nal e se manter vivo na luta pelo Gauchão, ou focar definitivamente na Libertadores jogando na terça-feira com força máxima em busca de saldo de gols contra o boliviano Aurora? Respostas, por favor!

O engraçado é ver que ontem a Seleção Argentina sofreu uma goleada histórica na altitude de La Paz, capital da Bolívia. A Seleção Boliviana humilhou em dia inspirado de Botero, artilheiro das Eliminatórias Sul-Americanas para Copa do Mundo de 2010, a equipe comandada por Diego Armando Maradona. O que há de engraçado nisso? Ora, o clube tido como o "mais argentino do país tropical" tomou um dia depois uma derrota também humilhante. E em mais uma daquelas coincidências lamentáveis: o ataque GREMISTA foi formado por quem? Pelos argentinos Gérman Herrera e Maxi López. Definitivamente este meio de semana não tem nenhum motivo para comemoração para os "nuestros hermanos", e sim motivos de amnésia. Apaguemos de nossas memórias esses dias. Amém!

Foi um erro demasiado o planejamento traçado pela comissão técnica nesta semana. Primeiro jogamos com titulares na segunda-feira contra o fraco São Luiz de Ijuí, que lutou o campeonato todo para não cair, e sei lá se não caiu. Acho que não! E jogamos mal diga-se de passagem, vencemos graças aos dois lances oportunos de Makelele: num ele fez o gol e no outro deu o passe para o gol de Reinaldo. Lembrete: o volante Makelele e o atacante Reinaldo não são titulares. O jogo de segunda-feira era para os reservas, pois jogando em casa e contra uma equipe sem muitas pretensões teríamos mais facilidades. Mas não, ficou decidido que o jogo contra uma equipe viva na competição, brigando por vaga à próxima fase fosse a melhor escolha para um confronto com os reservas desentrosados do GRÊMIO. Erro fatal. Pegamos uma equipe longe de ser boa, ao menos mais organizada que as demais, e jogamos com uma equipe desorganizada, inexperiente e acuada em território inimigo. Tomamos um banho, um chocolate, um sacode, uma sacola, como queiram: formas de expressar o resultado de hoje não faltam. Ouso dizer que não sei se o GRÊMIO tem uma equipe titular. Pois se os ditos titulares jogam contra o fraco São Luiz e vencem com a ajuda de reservas, e os reservas perdem para o Caxias de forma tão vexaminosa como foi, o que esperar daqui para adiante?

Vale ressaltar que nossos titulares jogaram por duas vezes um futebol de qualidade contra equipes mais qualificadas este ano. O GRE-nal de Erechim e a estreia na Libertadores. Dois jogos bem jogados pelo TRICOLOR, mas dois resultados finais nada bons: derrota para o Inter e empate com o Universidad. Fora esses dois jogos, tivemos facilidades com o Boyacá Chicó na Colômbia e sorte com o Aurora na Bolívia (ambos jogos pela Libertadores), e superioridade contra a maioria dos nossos adversários do Gauchão. Alguns vacilos contra algumas equipes no Estadual. Muitos desses resultados com reservas em campo. O que eu quero dizer nesse parágrafo é o seguinte: titulares em campo no GRE-nal de domingo e na terça-feira contra o Aurora é obrigação. E também é obrigação vencer ambas as partidas jogando bem, convencendo a todos. Vamos parar com moleza, vamos parar de brincar com a sorte. O momento é jogar, seja de dois em dois dias ou três em três, sem reclamar do calendário e do preparo físico. Todos ganham uma bela grana para jogar, e somente essa equipe dita titular em todo o Brasil tem essa tranquilidade de ficar sem jogar às vezes mais de uma semana como é a do GRÊMIO. Parou com o descanso e vamos trabalhar. Daqui a pouco chega a fase quente da Libertadores e junto começa o Brasileirão, e aí o que vão fazer?

Para não dizer que eu não falei do jogo de hoje, GRÊMIO 0 x 4 Caxias, uma simples análise. Vamos ao Jogo.

O GRÊMIO entrou em campo pensando em administrar a partida, levar um ponto para casa e com a LIDERANÇA garantir a tranquilidade no seu dia-a-dia de vida dupla, sendo uma equipe no Gauchão, outra na Libertadores. A equipe GREMISTA tinha a segurança no gol, Victor era o único titular da equipe. Mas como se sabe, uma andorinha não faz verão. À sua frente ele tinha um trio de zaga estreante com Fábio Ferreira, fora de ritmo com William Thiego e inexperiente com Heverton. Improvisado pela direita Makelele, e (o titular na minha opinião) Jadílson pela esquerda. No meio campo: Julio Cesra na primeira função, Maylson na segunda e Douglas Costa solto pelo meio campo. Na frente tínhamos os argentinos, quem sabe titulares algum dia, Herrera e López. Equipe ruim? Não teoricamente, na prática foi péssima.

O maior erro de uma equipe de futebol é deixar, independente de ser local ou visitante, o time adversário jogar. O TRICOLOR chegou a ameaçar nos primeiros minutos com investidas de Jadílson e Makelele pelas alas, com Douglas Costa criando e rodando a bola de um lado ao outro, chegando aos 14 minutos da 1ª etapa com Jadílson cruzando pela esquerda e Makelele chutando rente à trave. Mas aos poucos o GRÊMIO fez com que o time caxiense gostasse do jogo, ficasse com a posse de bola e explorasse a velocidade de seus atacantes nos contra ataques.

O castigo tardou a vir, mas veio. Foi aos 29 minutos, quando o GRÊMIO perdeu a bola no campo do adversário e viu o Caxias de pé em pé chegar ao lado da grande área do goleiro Victor, com o lateral Brida cruzando, Heverton afastou mal nas costas de Thiego e a bola sobrou para o atacante Marcos Denner marcar o primeiro gol da tarde. Caxias 1 x 0. O castigo não parou por aí, veio acompanhado dois minutos depois de outro gols. Aos 31 minutos, escanteio para o time caxiense e o meia Mika se abaixou para escorar de cabeça o cruzamento para as redes. Caxias 2 x 0.

Sem qualidade, sem indignação e sem vontade de vencer na 1ª etapa, o intervalo vinha em boa hora para que Celso Roth organizasse a equipe em busca de uma melhor resultado. Pena que, como já sabemos, a conversa entre os dois tempos regulamentares entre o técnico e a equipe não adiantou muito. O incrível mesmo foi ver o técnico Celso Roth mexer na equipe antes do começo da 2ª etapa, algo raro de se ver. Uma substituição foi em procedência de uma lesão do meia Douglas Costa, entrou no seu lugar o lateral direito Thiaguinho, o jogador que treinou ao lado de Kaká e Cia. no treino da Seleção Brasileira contra os juniores do GRÊMIO na última segunda-feira em Porto Alegre. Em uma semana cheia de surpresas, o lateral recebia a primeira chance nos profissionais do GRÊMIO. Apesar de ter entrado no lugar de Douglas Costa, Thiaguinho jogaria pela ala deslocando Makelele para o meio campo. A outra substituição foi na procura de dar ao ataque mais opções. Entrou o atacante Roberson no lugar do zagueiro Heverton, mudando o esquema tático.

Com o novo modelo tático em campo, o TRICOLOR tinha no mano a mano seus zagueiros contra os atacantes do Caxias. Isso não podia dar certo, visto que Fábio Ferreira está anos sem jogar e William Thiego não está numa de suas melhores fases após também ter ficado bons tempos fora dos gramados. Tudo bem que Celso Roth mandou o volante Julio Cesar ficar mais recuado, auxiliar na cobertura da zaga e blábláblá. Só que ninguém esperava que o jogador fosse falhar bem falhado num lance aos 3 minutos, deixando a bola fácil para o atacante Júlio Madureira só chutar por baixo de Victor marcando o terceiro do Caxias sobre o GRÊMIO. O golpe fatal veio logo depois, aos 8 minutos com um passe meio que na sorte do Caxias que chegou livre para Marcos Denner entrar correndo área adentro e mesmo com a marcação de Fábio Ferreira em cima chutasse no canto sem chances para o goleiro Victor. Caxias 4 x 0, vexame completo na Serra.

Depois disso o que se viu foi um GRÊMIO desorganizado tentando chegar ao ataque para descontar o placar, mas sem oferecer grande perigo ao goleiro Muriel do Caxias. Ainda mais quando Roth retirou Maylson para colocar Diogo, chance de descontar o placar cai à margem de quase zero. Com o placar já de bom tamanho, o Caxias também não mostrou vontade alguma de ampliar o placar. Fim de Jogo: Caxias 4 x 0 GRÊMIO.

Com o resultado o LÍDER do Grupo 2 antes do início da rodada se classificou na 4ª posição, e sendo assim o GRÊMIO pega o Internacional, 1° colocado no Grupo 1. Ou seja, o que era projetado para acontecer somente na Final de Taça Fábio Koff foi adiantado para acontecer já nas Quartas-de-Final. Tem GRE-nal no Beira Rio neste domingo. E eu estou louco, apesar dos pesares com os últimos acontecimentos e da ainda desconfiança para com o nosso técnico Celso Roth, para vencer "eles" na Beira do Lago e colocar àgua no chope do Centenário dos "vermelhinhos". Você não?

DESTAQUES DO JOGO

> Victor > Na boa, Victor é o melhor goleiro do Brasil, por consequência um dos melhores do Mundo, deve ter uma liderança no grupo GREMISTA, mas braçadeira de capitão já é demais. Sou resistente quanto a colocar goleiro como capitão da equipe, e não seria porque é o Victor, a Muralha, que seria diferente. Penso assim pois o capitão tem que ser a voz da equipe para com o juiz, e não é o goleiro "nos seus limitados sei lá quantos metros de sua área" que vai conseguir isso. Pelo amor de DEUS, coloca qualquer outro, Jadílson, Makelele ou até o Herrera que está mais acostumado com o futebol brasileiro, mas não o Victor. Tudo bem, o Herrera foi ir longe demais. O que eu não gosto é de goleiro como capitão, fazer o quê, eu não gosto. Eu sei meu caro, papinho nada relevante esse. Desculpa aí!

> Fábio Ferreira > Mas que estreia desse zagueiro. Ele não teve grande culpa pelo que aconteceu, mas quando a zaga é um tremendo desastre e uma goleada dessas não se encontra muita explicação plausível, todos pagam o pato e ficam marcados por isso. A estreia de Fábio Ferreira não foi um bom prenúncio, tomara que daqui para frente ele mude esta ideia.

> William Thiego e Heverton > Sabemos da qualidade de ambos, porém os dois pratas da casa estão abaixo do melhor rendimento. Thiego se postulou a titular da equipe em 2008 antes de se lesionar e Heverton foi uma boa surpresa quando o TRICOLOR ficou sem opções para a zaga. Neste ano os dois não vem provando em campo merecimento pelas oportunidades ganhas na equipe reserva, de vez em quando titular. É hora de voltar aos bons tempos, viu Thiego e Heverton?

> Douglas Costa > Recebeu a chance em um jogo complicado. Sem parceria no meio campo, atuou isolado procurando sempre os atacantes Herrera e Maxi López. Alguns lances de habilidade, tentativas de ir para cima da marcação e algumas cobranças de falta. Em determinado momento, o GRÊMIO parou de jogar e Douglas Costa também. Saiu lesionado no intervalo da partida, para o alívio de Celso Roth.

> Herrera e Maxi López > Não jogaram bem mais uma vez, mas tudo ao seu tempo. O mais interessante é ver as atitudes dos argentinos. Herrera se mostra desconfortável com o grupo, não é de hoje que se fala de certa insatisfação do atacante. Dizem que não há nada disso, que na verdade é insatisfação com ele mesmo, com sua forma física atual, por não poder jogar como gostaria, de não poder ajudar a equipe como lhe é peculiar. Vamos esperar para ver o "velho" Herrera que conhecemos de outros tempos mais adiante. Já Maxi López tem o problema do entrosamento e condicionamento físico, mas quanto à vontade vem ganhando pontos. Pela força física ganha muitos lances, mostra habilidade em certos momentos, mas sem parceria perde para marcação. Hoje deu um chute à gol, vem evoluindo aos poucos. Que ele consiga mais à frente mostrar o que a torcida espera que ele faça.

> Roberson > Não é a primeira vez e nem será a última que vou falar. Este jovem atacante Roberson será em breve uma das garantias de qualidade no ataque GREMISTA. Jogador de boa visão, drible fácil e chute forte. Atacante nato, que parte para cima da marcação sem medo. Pode não ter feito muito hoje, mas quem fez? Escreve aí: em breve a grande aposta GREMISTA será Roberson, e dará bom lucro.

É horrível ter que relatar um jogo onde o GRÊMIO foi irreconhecível. Mas faz parte, a vida não é feita somente de coisas boas. Agora é GRE-nal, o que nem torcedores do lado de cá e também do lado de lá queriam precocemente. Mas são ossos do ofício, o futebol é feito de surpresas. No domingo, se o GRÊMIO não melar o campeonato como andam firmando por aí, tem GRE-nal. Na Beira do Lago o GRÊMIO terá que decidir se joga com titulares, reservas ou mistão com um pouco de tudo. O que estará em jogo neste Clássico para o GRÊMIO é o fato de seguir na luta pelo Gauchão ou dar de mão beijada a Taça ao Internacional, se vendo livre da "chateação" que é o Gauchão. O que seria a alegria de Celso Roth, a decepção para Fábio Koff e a indignação da torcida, que voltaria a pedir a cabeça do técnico posta afora do Monumental de uma vez por todas. Tudo isso está em jogo, que o Celso Roth tem a sabedoria de Salomão e decida o melhor para todos, estou torcendo por isso! Dá-lhe GRÊMIO! Rumo ao TRI da América, mas não sem antes buscar a soberania pelos Pampas!

Ficha do Jogo:

GRÊMIO - 0 : Victor, Fábio Ferreira, William Thiego, Heverton (Roberson), Makelele, Julio Cesar, Maylson (Diogo), Douglas Costa (Thiaguinho), Jadílson, Herrera e Maxi López. Técnico: Celso Roth.

Caxias - 4 : Muriel, Daniel Baloy, Santín, Vagner Garibaldi, Brida, Bruno, Mika, Roberto, Guilherme (Rafael Crivellaro), Júlio Madureira (Anderson) e Marcos Denner (Marcus Vinícius). Técnico: Argel.

Estádio Centenário (Caxias do Sul - RS)

Público e Renda: não divulgados

Gols: Marcos Denner, aos 27 minutos do 1° tempo e aos 8 minutos do 2° tempo, Mika, aos 30 minutos do 1° tempo, e Júlio Madureira, aos 2 minutos do 2° tempo (Caxias).

Cartões amarelos: William Thiego, Julio Cesar e Maxi López (GRÊMIO), Júlio Madureira, Mika e Roberto (Caxias).

Árbitro: Ânderson Daronco (RS).
Auxiliares: Paulo Ricardo Conceição (RS) e Cristiano Arlei Hennig (RS).